02 junho 2007

Duas é bom!


Sou um cinéfilo. Amador, muito amador, pouco ou quase nada li sobre cinema, sequer leio as sinopses, escolho os filmes principalmente pelas salas em que eles são exibidos, aliás, nos dois primeiros anos que morei em Sampa, assisti a todos os filmes das cinco salas do Espaço Unibanco de Cinema, para não perder nenhum, cheguei a assistir seis filmes em dois dias consecutivos, três para cada! Estive em diversas pré-estréias da “retomada do cinema nacional”, mesmo para as quais eu não era convidado, misturava-me entre os urbanóides e lá estava eu, aceitando uma taça de vinho, canapés... Desse tempo, marcaram-me os filmes iranianos.

Passaram-se quase dez anos e já não moro em Sampa, mas continuo seguro para afirmar: sou cinéfilo.

Digo isso porque tocou-me com grande surpresa o cinema nacional. Distraidamente aluguei “Cinema, aspirinas e urubus” e assim que acabei de vê-lo, maravilhado, não me contive: coloquei-me a assistir novamente desde o início. A segunda vez, já mais experiente e nem um pouco cansado, trouxe-me satisfação igual ou maior.

Como se não bastasse, na semana seguinte aluguei, já não tão distraído, São Paulo SA, de LS Person. No exato instante que acabei de ver o filme, a Tatiane, que muito me conhece, chegou em casa, e, vendo-me extasiado no sofá, também quis assistir ao filme. Não teve jeito, vi duas vezes seguidas, sem pestanejar.

Agradeço profundamente pelo incomensurável prazer que tive com esses filmes nacionais, escolado que estava com o cinema iraniano, sentir a mesma pulsação imiscuída na minha cultura-mãe não teve preço.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fase boa essa em que a sua única preocupação era apenas não perder todos os filmes do espaço unibanco...recordo das histórias, as vezes bizarras, dos filmes e chego a rir sozinha pensando nisso. Ao invés dos filmes iranianos preferi Almodóvar, mas nada como um bom filme brasileiro. Vi Abril Despedaçado umas 4 vezes e ainda não cansei.