03 dezembro 2008

Ausência
Silêncio
Lenço

02 dezembro 2008

Quanto mais alto o pinheiro,
mais grosso o tronco.

22 novembro 2008

Eu vejo cara e coração

17 outubro 2008

Poética sem ética
Pô!
Que coisa mais antiestética

14 setembro 2008

Obrigado, Marilena

"Na idéia neoliberal, a política é a economia, a economia é a finança, a finança é o mercado e o mercado é um jogo. É isso. Agora, se você insere a universidade nesse contexto, você insere a universidade, portanto, no mercado e no jogo. Eu penso que a primeira tarefa que nós temos, em termos de política universitária, é refutar que o que se faz na universidade tenha que ser determinado pelas exigências e necessidades do mercado." Marilena Chaui.

31 agosto 2008

Senão Deus,
Quem irá nos redimir?!


Só para lembrar que o ódio não conserta, queima.
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"A cabeça pensa onde os pés pisam"
O coração ama onde o corpo descansa
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01 julho 2008

Preposições

A moça vistosa, no balcão do cartório em que havia casado, quer do escrevente informações sobre sua separação, ou seu divórcio, mas não era iniciada na terminologia forense e não entendeu bulhufas quando lhe foi dito que nem separação nem divórcio foram averbados, logo a única notícia era seu estado de casada. Do balcão mesmo, espalhafatosa, telefonou para alguém, falando alto e gostando da atenção que atraía, não se importava em mostrar-se leiga: “O quê?! Certidão de objeto em pé, é isso mesmo!?”. Sem desligar o telefone, em tom de confidência, perguntou ao escrevente se ele já vira tal documento, este, acanhado, respondeu: “Olha, moça, o normal é certidão de objeto e pé... do fórum, mas se o que a senhora precisa é provar que o objeto estava em pé mesmo, caberia bem uma ata notarial!”

25 maio 2008

Tempo, atempo


Certa vez PW, amiga de minhã irmã, contou uma história, engraçada, que nunca esqueci. Dizia ela que estava usando um sapato, social e elegante, mas que dificultava o caminhar, de forma que seu andar, meio atravancado, parecia o andar de quem estava sempre atrasado... Essa história me pôs a pensar no tempo, não de forma dinâmica (o tempo que flui e reflui), mas estática (o passado, o presente e o futuro como compartimentos estanques). Então notei que nem sempre adotamos a conduta de quem está vivendo o presente, o que não é novidade. O interessante mesmo foi constatar que na ânsia de querer viver no futuro, adotamos justamente a postura de quem está atrasado (com outras palavras eu me reencontro). Desse fio puxei inúmeras conjecturas e antíteses que não param de me surpreender, por exemplo, quem vive no compartimento do futuro é justamente quem já viveu, quem já passou e, portanto, só tem o passado para falar: até mesmo o tempo presente lhe é um passado. Em contrapartida, por esse mesmo raciocínio, quem está no passado em verdade está olhando para o futuro (ou para o presente). Lembro que já escrevi sobre isso. Este blog também me serve de espelho e esta postagem é apenas um registro de tema para ser mais e melhor trabalhado. Acho que deveria me socorrer da matemática e desenvolver as nove possibilidades: estar com os pés no passado, (1) e olhos no passado, (2) e olhos no presente (3) e olhos no futuro; estar com os pés no presente, e olhos no passado (4), e olhos no presente (5),e olhos no futuro (6)... Mas de que me serviria esse modelo se na realidade temos olhos, cabeça, coração, dois pés...
(A imagem é de blog.morandini.com.br)

17 maio 2008

Aviso aos marqueteiros

Primeiro foi creme dental
Agora é gel dental
Outras tentativas virão
Mas nenhuma suplanta
Todas se reconduzem
Na irredutível pasta de dente
Que na infância ouvi de meus pais
E tornou-se conhecimento perene

26 abril 2008

Esse meu intenso desejo
de morrer
é um extenso desejo
de viver espiritualmente.
Por isso escrevo.
As letras libertam a matéria de suas formas primitivas
e com palavras elevam os fatos além do impossível
E os versos?
Ah! Esses são orgasmos
e meu poema virou suruba

24 abril 2008

Tédio singelo

Meu caro, você está com a faca e o queijo nas mãos!
Então só falta cortar os pulsos...

12 abril 2008

Exercícios de construção poética - teoria e prática

Tema:
"Como eu sou um girassol
Você é meu sol"

Variações do tema sem sair do tom:

Correta
Como eu sou um guarda-chuva,
Você é minha chuva.

Corretíssima
Como eu sou um beija-flor,
Você é minha flor.

Equivocada pela semântica
Como eu sou um sanguessuga
Você é minha suga

Equivocada pela rima
Como eu sou um sanguessuga
Você é meu sangue

Equivocada pela rima e pela semântica
Como eu sou um pé-de-atleta
Você é minha micose

Desastrosa, mas por vezes verdadeira
Como eu sou um porco-espinho
Você é meu espinho

Proibida pela opus-dei
Como eu sou um pica-pau,
Você é meu pau

Eu
Ateu
Penso que a vida
Por conta dos homens
É o caminho para a morte.


Eu
Mais eu
Gosto da vida
Por conta das mulheres
E das carnes um bom corte

31 março 2008

Direto do velho caderno 3 - 1998

A M O R T E Q U E R O !

30 março 2008

O silêncio tem mil faces
E as palavras não esclarecem
Os atos só confundem
Logo a vida se entristece

(Essa última forma que tomou o poema, com a supressão dos pronomes, teve intuito de dar um tom impessoal e deixar claro que por aqui não se faz biografia. No entanto a alteração trouxe muitas outras conotações, indesejadas. O eu-lírico é fundamental para a poesia! Talvez um título ao poema resolvesse o problema, mas como estou com dificuldade de criar títulos ultimamente, o que já está me intrigando, melhor que retorne a sua penúltima forma.)

Meu silêncio tem mil faces
Minhas palavras não esclarecem
Meus atos só confundem
Logo a vida te entristece

27 março 2008

Sou homem de poucas opiniões, poucas palavras, poucas mulheres
Poucas e boas

26 março 2008

Feriado de Páscoa




Subi aos pés do Cristo Redentor
mas lá não encontrei a Paz.
Havia uma multidão alegre e descompromissada
o momento de contemplação trocado
pelo registro duma contemplação postergada.
Os milhares de pixels haveriam de ser vistos
num e-mail no expediente
num blog pela madrugada
numa esperança de vida bela a ser sempre anunciada.
Apenas anunciada.

12 março 2008

Não é hora de descansar em paz
Morrer é a última coisa a fazer
Sem prazo e com prazer

28 janeiro 2008

Confesso que não rezo muito

Mas sempre agradeço um pouco

Afinal Deus ouve meus atos

26 janeiro 2008

O presente
É um pífio instante
Entre o segundo que passou
E o segundo que vai passar

O surpreendente
É que a todo tempo
Esse instante se faz constante