25 maio 2008

Tempo, atempo


Certa vez PW, amiga de minhã irmã, contou uma história, engraçada, que nunca esqueci. Dizia ela que estava usando um sapato, social e elegante, mas que dificultava o caminhar, de forma que seu andar, meio atravancado, parecia o andar de quem estava sempre atrasado... Essa história me pôs a pensar no tempo, não de forma dinâmica (o tempo que flui e reflui), mas estática (o passado, o presente e o futuro como compartimentos estanques). Então notei que nem sempre adotamos a conduta de quem está vivendo o presente, o que não é novidade. O interessante mesmo foi constatar que na ânsia de querer viver no futuro, adotamos justamente a postura de quem está atrasado (com outras palavras eu me reencontro). Desse fio puxei inúmeras conjecturas e antíteses que não param de me surpreender, por exemplo, quem vive no compartimento do futuro é justamente quem já viveu, quem já passou e, portanto, só tem o passado para falar: até mesmo o tempo presente lhe é um passado. Em contrapartida, por esse mesmo raciocínio, quem está no passado em verdade está olhando para o futuro (ou para o presente). Lembro que já escrevi sobre isso. Este blog também me serve de espelho e esta postagem é apenas um registro de tema para ser mais e melhor trabalhado. Acho que deveria me socorrer da matemática e desenvolver as nove possibilidades: estar com os pés no passado, (1) e olhos no passado, (2) e olhos no presente (3) e olhos no futuro; estar com os pés no presente, e olhos no passado (4), e olhos no presente (5),e olhos no futuro (6)... Mas de que me serviria esse modelo se na realidade temos olhos, cabeça, coração, dois pés...
(A imagem é de blog.morandini.com.br)

17 maio 2008

Aviso aos marqueteiros

Primeiro foi creme dental
Agora é gel dental
Outras tentativas virão
Mas nenhuma suplanta
Todas se reconduzem
Na irredutível pasta de dente
Que na infância ouvi de meus pais
E tornou-se conhecimento perene